Análise ABECE - Balança Comercial Brasileira 2011 e Perspectivas 2012
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19.12.2011
Para a Abece, os dados registrados até o momento - e que pouco se alteração nos últimos dias do ano - indicam que 2011 foi excelente para o comércio internacional brasileiro, que deve chegar no final de dezembro com a corrente comercial superior a US$ 450 bilhões, novo recorde histórico para o Brasil.
Importante ressaltar que foi o desempenho do comércio exterior no último trimestre que impediu o registro de um PIB negativo.
O superávit da balança comercial alcançou até novembro US$ 26 bilhões, com crescimento expressivo de 75% sobre o saldo do mesmo período de 2010.
Exportações
O ano deve encerrar com o valor movimentado pelas exportações dentro da margem prevista pela Abece, de aproximadamente US$ 254 bilhões, visto que,até novembro, alcançaram US$ 234 bilhões
O crédito deste incremento deve ser dado, principalmente, ao crescimento das exportações para a China (+43,7%) e para os Estados Unidos (+35,6%), os dois principais parceiros comerciais do Brasil. Outro fator importante neste cenário, na visão da Abece, foi a diversificação de mercados de destino dos produtos brasileiros, que possibilitou crescimentos expressivos.
A exportação de produtos manufaturados teve desempenho expressivo em 2011, mesmo com cenário externo desfavorável agravado pela sobrevalorização do real, tendo como principais destaques:
. Máquinas para terraplanagem (+61,4%);
. Polímeros plásticos (+40,7%);
. Veículos de carga (31,3%);
. Motores para veículos (28,1%);
. Autopeças (+16,5%).
Foi expressivo também o crescimento de alguns produtos semimanufaturados tradicionais da pauta brasileira, dentre os quais ferro fundido (+89,4%); ferro e aço (+83,3%) e óleo de soja (+54,3%).
Importações
Também verificamos crescimento das importações no Brasil, que já chegam a US$ 208 bilhões se consideramos o período entre janeiro e novembro, valor 24,6% superior ao verificado nos primeiros 11 meses de 2010;
É sempre importante lembrar que as importações brasileiras continuaram diretamente vinculadas ao processo produtivo e crescem em virtude do crescimento industrial, portanto contribuindo de forma decisiva para que a indústria possa ser mais competitiva.
PERSPECTIVAS 2012
Exportações
Apesar das incertezas decorrentes da crise do euro, que pode prejudicar inclusive o comércio de países de outras regiões, o comércio exterior brasileiro continuará registrando crescimento em 2012, certamente não nos mesmos níveis deste ano.
A diversificação de destino das exportações brasileiras, assim como a divisão que existe entre básicos (50%) e industrializados (50%), fazendo com que não sejamos dependentes de um só grupo de países ou mesmo de produtos, praticamente garante o crescimento das exportações.
Estimamos o crescimento das exportações de produtos brasileiros da ordem de 10% no ano de 2012, tendo em vista que, de modo geral, não deverão ocorrer aumentos nas cotações internacionais.
Também os industrializados deverão registrar redução no seu crescimento, já que a crise externa provocará excesso de oferta de diferentes produtos, principalmente manufaturados, além de redução de preços de semimanufaturas cotadas em bolsas internacionais.
Corrente de Comércio
Mesmo com uma menor velocidade no crescimento do intercâmbio, a corrente de comércio (acumulado em 12 meses) deverá superar pela primeira vez a casa de US$ 500 bilhões, ou meio trilhão de dólares, ainda no primeiro semestre de 2012, estabelecendo um novo patamar de grande importância na consolidação da economia brasileira como uma economia aberta e de fato integrada mundialmente.
Dezembro de 2011