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  • Exportação via intermediários mais que dobra em seis anos

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    19.9.2012

    As exportações via trade companies (TCs) subiram 110,5% de janeiro a agosto entre 2006 e 2012. Segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

    As vendas via empresas especializadas passaram de US$ 7.763 milhões em 2006 para US$ 16.344 milhões neste ano. No mesmo intervalo, as exportações brasileiras globais aumentaram 81,7%, implicando ganho de participação das TCs no total das vendas, de 8,8% para 10,2%.

    Tendo como base o mesmo período de comparação as compras via TCs ficaram abaixo do nível das suas exportações. As importações dessas empresas cresceram 176,2%, saltando de US$ 1.202 milhões para US$ 3.320 milhões, o que fez elevar sua participação de 2,1% para 2,3% do total importado pelo Brasil.

    Especialistas consultadas pelo DCI acreditam que o crescimento da participação das trade companies no comércio exterior brasileiro é justificado pelas vantagens competitivas que essas empresas possuem. Segundo a professora da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Cristina Helena, essas companhias vendem conjuntamente no exterior, negociando diretamente de empresa para empresa.

    A professora explica: "por exemplo, se alguém quer comprar calçados brasileiros, ao invés de vir até aqui [Brasil], que é uma operação muito custosa, essa empresa que quer importar entra em contato com uma TC. É uma facilitadora de negócios". Segundo ela, esse aumento da participação nos últimos anos é explicada exatamente por essas vantagens. "É uma tendência no comércio, os números mostram isso", completou Cristina.

    Para, Lilia Miranda, Diretora - Executiva da Associação Brasileira de Empresas de Comércio Exterior (Abece), "quando houve a criação das trades o objetivo era que elas facilitassem a comercialização no exterior para empresas que não tinham estrutura para isso, elas são importantes na negociação de produtos, na abertura de mercado e na questão da logística". A especialista completa dizendo que a pauta de exportações desse tipo de empresas tem crescido principalmente nos países asiáticos e árabes o demonstra sua função na busca de potenciais mercados.

    2012

    De janeiro a agosto deste ano as exportações das empresas especializadas apresentaram em sua pauta a predominância de produtos básicos, que responderam por 85% do valor exportado. No conjunto dos produtos industrializados, os bens manufaturados representaram 10% da pauta e os semimanufaturados, 5%. As exportações chegaram ao total de US$ 16,3 bilhões.

    Segundo a professora da ESPM, a comercialização de commodities via trade companies também é proveitosa, pois "em geral é difícil encontrar esse produto com preço diferenciado mas você tem a vantagem de arbitrar o preço ao longo do tempo no mercado. Se o preço não está muito favorável, a empresa especializada tem a capacidade de comprar o produto, estocar e vender por um preço melhor no futuro".

    Plano Brasil Maior

    Ontem, a presidente Dilma Rousseff sancionou a Medida Provisória nº 563/12, convertida na Lei nº 12.715/12, que diminui, de 70% para 50% a percentagem das exportações na receita bruta para que uma empresa seja considerada 'preponderantemente exportadora' e possa adquirir insumos nacionais ou importados com suspensão de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). As medidas fazem parte do Plano Brasil Maior.

    Para o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel "com essa medida, o capital de giro das empresas é liberado do recolhimento de impostos, o que abre espaço para o exportador investir mais", disse.
    (Fonte: Diário do Comércio e Indústria)

    Fonte Internet: Aduaneiras, 19/09/12